Apesar da aparência
inocente e pequeno porte, as pilhas e baterias de celular são hoje um problema
ambiental. Classificadas como resíduos perigosos e compostas de metais pesados
altamente tóxicos e não-biodegradáveis, como cádmio, chumbo e mercúrio, depois
de utilizadas, a maioria é jogada em lixos comuns e vai para aterros sanitários
ou lixões a céu aberto.
A forma como são
eliminados e o consequente vazamento de seus componentes tóxicos contaminam o
solo, os cursos d’água e o lençol freático, atingindo a flora e a fauna das
regiões circunvizinhas. Através de a cadeia alimentar, essas substâncias
chegam, de forma acumulada, aos seres humanos.
Durante muitos
anos, devido ao pouco uso de aparelhos eletrônicos, não havia preocupação com a
reciclagem de pilhas e baterias. Mas com o passar do tempo e o avanço da
tecnologia, esses materiais tornaram-se artigos relevantes no dia a dia e de
fácil acesso, e seu descarte começou a preocupar pesquisadores, ambientalistas
e autoridades.
Em função disso, o
Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) elaborou uma resolução (n° 257/99),
que disciplina o descarte e o gerenciamento adequado de pilhas e baterias
usadas. Consta, em seu artigo primeiro:
“As
pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e
seus compostos, necessário ao funcionamento de quaisquer tipos de
aparelhos,..., após seu esgotamento energético, serão entregues pelos usuários
aos estabelecimentos que as comercializam ou à rede de assistência técnica
autorizada pelas respectivas indústrias, para repasse aos fabricantes ou
importadores, para que estes adotem diretamente, ou por meio de terceiros, os
procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final
ambientalmente adequado”.
A resolução entrou
em vigor em 22 de julho de 2000, e passou a responsabilizar fabricantes,
importadores e comerciantes de pilhas e baterias pela coleta destes produtos no
fim de sua vida útil. Além disso, a resolução classifica os tipos de pilhas e
baterias e estabelece o limite da quantidade de mercúrio, chumbo e cádmio que
as pilhas comuns podem possuir (Art. 6º).
O problema das
pilhas é mais grave comparado ao das baterias de celular, que possuem maior
durabilidade, e não são descartadas com tanta facilidade e rapidez pelos
consumidores como é o caso das pilhas, que possuem menor tempo de uso e são
jogadas em qualquer lugar.
Os metais pesados
contidos nas pilhas e baterias, quando absorvidos, são de difícil eliminação
pelo organismo, podendo causar diversos efeitos nocivos ao ser humano, tais
como: alergias de pele e respiratórias; náuseas e vômitos; diarreias
diminuição do apetite e do peso; dores de estômago e gosto metálico na boca;
instabilidade, com distúrbio do sono; inibição das células de defesa do
organismo e bronquite. Pode inclusive causar danos ao sistema nervoso, edemas
pulmonares, osteoporose e alguns tipos de câncer.
Atualmente existe
uma mobilização mundial com o intuito de minimizar a produção de pilhas e
baterias com estas substâncias. A questão é que a substituição requer
investimentos e pesquisas, o que significa despesas para as empresas. Enquanto
gasta-se apenas para dar solução ao destino ambientalmente adequado destes
resíduos, pouco se investe em novas soluções.
O ideal é evitar na
origem que o lixo seja produzido. Se precisar realmente comprar pilhas e
baterias, o cidadão pode separa-las e leva-las ao coletor mais próximo. Lojas
da rede Pão de Açúcar e Shoppings Centers recebem estes materiais. As lojas da
BCP e da Vivo também aceitam baterias de qualquer marca, dando-lhes um destino
seguro. Os usuários podem também criar postos de coletas em seus ambientes de
trabalho. Se um milhão de consumidores conscientes fizerem o mesmo, 12 milhões
de pilhas serão desviadas dos lixões e aterros a cada ano. A reciclagem é muito
importante porque colabora com a vida útil dos aterros, deixa de poluir os
rios, córregos e o solo.
A população deve
não apenas exigir das empresas e órgãos responsáveis que tomem atitudes
conservacionistas e que alertem a população sobre o perigo desse tipo de lixo,
mas deve também rever e mudar a própria maneira de compreender e se relacionar
com o meio ambiente.
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